Minha primeira impressão com o Fastformat

O website http://fastformat.co/ tenta fazer o trabalho tedioso de formatação nas normas ABNT de uma maneira mais simples. O aplicativo web tenta respeitar as regras da ABNT para os diversos tipos de trabalhos. O objetivo é nobre, mas o resultado nem sempre sai perfeito.

Tela principal de trabalho do fastformat.

Veja alguns pontos que achei em 10 minutos de trabalho na plataforma.

• Exportar para LaTeX: Não é possível. Apesar de tudo indicar que a "máquina" (engine) de criação por trás do documento PDF é um compilador LaTeX, o sistema não permite a exportação para este formato. O que é um apena, pois poderia ser de muita ajuda. O website assim daria um ponta pé inicial no processo de confecção do produto final (Tese, Dissertação, TCC, Monografia, Relatório, etc) e o usuários terminaria na outra plataforma (ajuste fino) se necessário.

• Exportação para Word: A princípio não ocorre. O que o website sugere é salvar em PDF e abrir no Office 2013, que encarrega de importar no formato docx. O próprio Office 2013 alerta que o resultado não é o mesmo.

Salvar em PDF para abrir no Office 2013.

Alerta do Office 2013 para importação de PDFs.

A caixa de texto de alerta do Office 2013 diz

"Agora o Word converterá o PDF para um documento do Word editável. Isso pode demorar um pouco. O documento do Word resultante será otimizado para permitir que você edite o texto e, portanto, pode não parecer exatamente com o PDF original, especialmente se o arquivo original contiver muitos elementos gráficos."

Problema na formatação após a importação.
Neste caso foi na equação por exemplo.

• Atualização do PDF: Nem sempre ocorre em tempo real. É necessário usar um truque para que isso ocorra. Uma alternativa possível é alterar outros campos (como o título por exemplo, ou as propriedades do documento), mesmo que colocando apenas um espaço ou um ponto (para depois corrigir) e assim o PDF é atualizado.

Alteração das propriedades do documento para atualização forçada.

• Legendas em figuras: A norma da ABNT mais recente (2011), diz que a legenda das figuras devem ficar no topo e a fonte na base. O aplicativo ainda não contempla esta regra.

Assim diz a norma ABNT NBR 14724:2011 sobre Trabalhos Acadêmicos e a ABNT NBR-15287 2011 sobre Projeto de Pesquisa, no mesmo item 5.8 Ilustrações:

Qualquer que seja o tipo de ilustração, sua identificação aparece na parte superior, precedida da palavra designativa (desenho, esquema, fluxograma, fotografia, gráfico, mapa, organograma, planta, quadro, retrato, figura, imagem e outros), seguida de seu número de ordem de ocorrência no texto, em algarismos arábicos, travessão e do respectivo título. Após a ilustração, na parte inferior, indicar a fonte consultada (elemento obrigatório, mesmo que seja produção do próprio autor), legenda, notas e outras informações necessárias à sua compreensão (se houver). A ilustração deve ser citada no texto e inserida o mais próximo possível do trecho a que se refere.

Legendas aparecem aqui na base das figuras.

• Formatos estranhos: Alguns formatos, como o quadro da ficha catalográfica, extrapola os limites das bordas. Nada que no futuro não possa ser arrumado.

Ficha catalográfica com problemas.

Conclusão

Como tudo indica, o LaTeX ainda é a ferramenta mais recomendada para trabalhos científicos de alto nível. A ferramenta apresentada ajuda bastante para quem não tem muita familiaridades com as regras da ABNT. No entanto, toda ferramenta muito automatizada, exige um certo grau de atenção, pois pode apresentar falhas, como argumentado no texto acima. O controle de baixo nível do LaTeX, permite um ajuste fino do resultado impresso, porém pode dar um imenso trabalho para algo mais elaborado. A ferramenta ajuda em muito as iniciantes no mundo científico e tem o seu mérito para trabalhos escolares e possivelmente TCCs, dependendo da banca. Não recomendo para trabalho mais complexos, como uma dissertação ou tese da área de exatas, pelo menos na versão em que se encontra hoje (29 de Agosto de 2015 23h14).